Estudos indicam que, além de trazer benefício à saúde mental dos trabalhadores, redução não afeta a produtividade e ajuda a combater o aquecimento global
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgou editorial, assinado pelo presidente da entidade, o professor e filósofo Renato Janine Ribeiro, em defesa da jornada de trabalho de quatro dias. A ideia é ampliar a qualidade de vida dos trabalhadores, sem prejudicar a produtividade das empresas. Outras entidades, inclusive internacionais, concordam. Caso do Fórum Econômico Mundial.
Diferentes países já testam o modelo. Entre eles, muitos da União Europeia e até mesmo o Chile, na América do Sul. “Trabalhe de forma mais inteligente, não mais dura, tem sido o mantra dos consultores de gestão há décadas. Mas e se você simplesmente trabalhasse menos? Há cada vez mais evidências de que abandonar a semana de trabalho convencional traz benefícios tanto para empregadores quanto para funcionários”, defende o Fórum Econômico Mundial.
O ex-ministro Janine apela no mesmo sentido. “Nos últimos cem anos se consolidaram as oito horas diárias, que não foram reduzidas sequer de um minuto (…) O fato é que nos países desenvolvidos, a ideia de um tempo estendido de lazer está avançando célere. E por isso é mais que hora de trazê-la para nosso meio”, afirma.
Cada vez mais estudos rechaçam o argumento, basicamente empresarial, de que a redução da jornada afetaria a produtividade. “O maior já realizado sobre o assunto (no Reino Unido), conduzido durante seis meses, e envolveu cerca de 2.900 funcionários, em 61 companhias. Segundo o que se extrai do relatório final, os principais benefícios da semana de 4 dias incluem: redução nos casos de burnout, diminuição nos níveis gerais de ansiedade e fadiga, bem como a percepção, por parte dos funcionários, de uma relação mais equilibrada entre vida pessoal e trabalho”, aponta artigo da Inova Social.
Evolução e trabalho
O pensamento social, no bem-estar do trabalhador, faz parte do ideário progressista, particularmente com a criação de sindicatos, no início do século 20. Foi a partir da atuação sindical que se passou a combater mazelas como o trabalho infantil e jornadas que chegavam a 70 horas.
Assim, enquanto o setor empresarial se vale de mudanças provocadas pela tecnologia para cortar empregos, os trabalhadores seguem em jornadas exaustivas. Além de reféns de doenças mentais cada vez mais frequentes, sem tempo ou disposição para atividades da vida social.
Aumento de produtividade
Então, diante desse quadro, pensadores começam a questionar mesmo se vale a pena, inclusive economicamente às empresas, exaurir seus funcionários. “Trabalhar quatro dias por semana significa que as pessoas realizam mais em menos tempo. Em 2019, a Microsoft Japan introduziu uma semana de trabalho de quatro dias e relatou um aumento de 40% na produtividade”, afirma o Fórum.
“Houve resultados semelhantes nos testes globais de 2022, com os funcionários se comprometendo a realizar 100% do trabalho normal em 80% do tempo. Quando questionados sobre a melhoria da produtividade durante o teste em uma escala de 1 a 10, onde 1 era negativo e 10 era muito positivo, os empregadores deram uma pontuação de 7,7, (…) As medidas de estresse, exaustão, fadiga e conflito entre trabalho e família de cada funcionário diminuíram.”
Efeito sobre o clima
Já sobre a questão climática, a entidade pondera os benefícios. Aliado a políticas de trabalho remoto, estas medidas, que melhoram a vida dos trabalhadores, podem impactar positivamente no futuro da humanidade. “Com um dia a menos de trabalho, o tempo gasto em deslocamento por semana era esperado para diminuir e foi exatamente o que aconteceu, caindo de 3,5 horas para pouco menos de 2,6 horas – uma redução de 27%. Mas uma surpresa maior foi a redução geral das pessoas que se deslocam de carro, de 56,5% para 52,5% dos funcionários.”
No Brasil, a Constituinte de 1988 aprovou a diminuição da jornada de 48 para 44 horas semanais. O movimento sindical reivindicava 40 horas. Em alguns casos, a jornada foi reduzida por meio de negociação coletiva.
https://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/banner-pro-site-quatro-dias.jpg500800Cintia Teixeirahttps://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/logo-nova-punho-fechado-1.pngCintia Teixeira2023-06-20 17:00:222023-06-20 17:00:22Cientistas e entidades defendem jornada de trabalho de quatro dias na semana
País tem 9,9 milhões de pessoas desempregadas e um exército sem direitos: 39,3 milhões estão na informalidade, 13,1 milhões empregadas, mas sem carteira assinada, e 25,9 milhões trabalhando por conta própria
Com aumento da informalidade e de emprego sem carteira assinada, ou seja, sem direitos, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre móvel de maio a julho de 2022 e atinge 9,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo dados da da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego é a menor da série histórica desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%. A população ocupada chegando a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa, em 2012.
O crescimento do emprego, porém, revela um exército de trabalhadores com ocupação precária,semdireitos trabalhistas garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como férias, descanso semanal remunerado, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
São considerados informais os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.
. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores informais bateu outro recorde e ficou em 39,3 milhões (39,8% da população ocupada). No trimestre maio a julho, mais 559 mil trabalhadores foram obrigados e recorrer a informalidade para ter alguma renda.
. O número de empregados sem carteira assinada também bateu recorde. São 13,1 milhões de trabalhadores, o maior contingente desde o início da série histórica, em 2012. No trimestre, mais 601 mil trabalhadores foram contratados sem direitos.
. 25,9 milhões estavam trabalhando por conta própria no trimestre, 326 mil pessoas a mais em relação ao trimestre anterior.
. a população desalentada, pessoas que desistiram de procurar trabalho depois de muito tentar e não conseguir caiu para 4,2 milhões.
. o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada subiu para 35,8 milhões.
. O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 57%, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril.
. O contingente de pessoas ocupadas foi de 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012, lembrando que o IBGE considera ocupação até um bico que a pessoa está fazendo no dia em que é entrevistada.
https://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/banner-pro-site-sem-carteira-800x423-1.png423800Cintia Teixeirahttps://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/logo-nova-punho-fechado-1.pngCintia Teixeira2023-06-20 09:10:062023-06-20 09:11:14Informalidade e emprego sem carteira batem recorde, segundo o IBGE
(por Rodrigo Machado Pickler, diretor do Sindicato dos Comerciários)
O voto é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas quanto ao rumo do país.
No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos da população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, além de governadores e presidentes da República.
Em 1945, com a democratização em curso, só 13% da população brasileira (ou seja, 6 milhões de pessoas) tinham direito ao voto. Com a inclusão das mulheres, esse número não parou de crescer. Em 1964, os trabalhadores eram maioria, por isto o golpe. Já em 2014, cerca de 140 milhões de pessoas, ou 71% dos brasileiros, já estavam aptos a votar.
Os trabalhadores, desde a Proclamação da República, em 1889, foram excluídos de discussões e decisões sobre temas políticos, e podemos responsabilizar esse afastamento compulsório pela instabilidade de se processar a tardia entrada dos trabalhadores na vida política. E isto não poderá, jamais, ocorrer novamente.
Hoje os trabalhadores, assim como a sociedade em geral, têm acesso irrestrito a jornais, revistas, rádios, TVs, internet e outras formas de comunicação e informação. Estamos mais esclarecidos, mais politizados, mais atuantes na vida política do país, porém, ainda temos uma longa jornada e importante decisão para nosso futuro, eleger candidatos que realmente representem os interesses dos trabalhadores, para não deixar acontecer o que aconteceu com a Reforma Trabalhista, entre outras, que beneficiam somente os empresários. Trabalhador deve votar em representantes alinhados a seus interesses.
Já parou pra pensar? Se nós trabalhadores tivéssemos a maioria no Congresso Nacional a tal Reforma Trabalhista, assim como outros interesses dos empresários, como o Decreto assinado pelo ex-presidente Temer, que tornou atividade essencial os supermercados, além de outras diversas leis que vem sendo aprovadas pelo atual governo jamais aconteceriam.
O trabalhador no mínimo deve saber qual a real intenção de seu candidato, quais são os projetos que ele tem para com os trabalhadores e a parcela menos favorecida da sociedade. Se ele já foi ou é político, como foram seus votos em relação às várias matérias a respeito dos trabalhadores, como por exemplo Reforma Trabalhista, e qual sua posição quanto à Reforma da Previdência.
O Brasil é único, porém, com grandes e diferentes formas de políticas sociais, com grande concentração de renda para poucos e com muitos lutando diariamente para conquistar o pão de cada dia, empresários com seus carrões de luxo e o trabalhador se matando para conseguir comprar sua Biz parcelada em infinitas prestações.
Temos o Brasil de luta, dos trabalhadores, que procura se organizar em sindicatos e outras associações e que vai às ruas protestar; há o Brasil das redes sociais; o Brasil dos incrédulos e o Brasil dos oportunistas...
O voto é a nossa forma de dizermos sim ou não àquilo que nos é apresentado. De concordar ou não com isto ou aquilo. O voto, por si só, não vai mudar o Brasil, mas com certeza ele nos dará voz para dialogar, contestar e propor soluções para aquilo que almejamos para o Brasil como um todo!
https://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/banner-pro-site-artigo-rodrigo-800x423-1.png423800Cintia Teixeirahttps://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/logo-nova-punho-fechado-1.pngCintia Teixeira2023-06-20 09:08:072023-06-20 09:11:15A importância do seu voto!
Atenção, trabalhador, confira se seu nome está na listagem abaixo, referente aos beneficiados pela Ação Coletiva do Giassi (ATOrd 0002353-83.2013.5.12.0006).
São 475 trabalhadores que receberão, somados, pouco mais de um milhão de reais.
Este resultado surge após anos de trabalho árduo e incansável do sindicato. Apesar das limitações da entidade por conta da Reforma Trabalhista, agora já podemos trabalhar na individualização e pagamento dos substituídos.
Agora, é importante ficar atento às orientações divulgadas nas nossas mídias nos próximos dias para saber sua data de recebimento.
https://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/banner-pro-site-acao-giassi-800x423-1.png423800Cintia Teixeirahttps://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/logo-nova-punho-fechado-1.pngCintia Teixeira2023-06-20 09:06:112023-06-20 09:11:15Ação do Giassi: confira a lista dos trabalhadores beneficiados
A demissão de seis funcionários do supermercado Vencedor, em Braço do Norte (SC), logo após o primeiro turno das eleições, levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a notificar a direção da empresa para que ela apresente esclarecimentos e adote recomendações contra uma possível prática de assédio eleitoral.
A medida do MPT foi motivada por uma denúncia encaminhada pelo Sindicato dos Comerciários de Tubarão e Região.
De acordo com o sindicato, o desligamento teria como um dos motivos a orientação política dos funcionários, apoiadores do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Um áudio gravado por uma empregada dispensada, no momento em que ela recebia o comunicado da demissão, subsidiou a denúncia encaminhada ao órgão federal.
"Com o resultado que teve no primeiro turno das eleições, a gente não tem ideia do que vai acontecer com a nossa empresa daqui para frente. Então, a gente já está começando a fazer o corte de pessoal", diz uma encarregada do supermercado identificada como Ana Paula. Em seguida, ela afirma: "Se o Lula ganhar o segundo turno, a gente já tem que cortar bem mais pessoal".
Procurada por WhatsApp, a dona do supermercado, Sirlene Jocken, afirmou que não sabia da existência do áudio e que não havia recebido a notificação do MPT. Também disse que "nenhum desligamento foi feito por conta de opinião política e nem será feito". As demissões teriam sido decorrentes de "rotatividade normal". Segundo Sirlene, após o resultado do primeiro turno, a divulgação de vagas de emprego foi de fato interrompida. "Não estamos contratando mais ninguém, diante das incertezas decorrentes da atual instabilidade política que podem projetar uma sensível alteração nas diretrizes econômicas de nosso país e consequentemente de nossa empresa", acrescentou.
"Coação eleitoral"
"Os fatos que eles me narraram, obviamente, terão que ser julgados por um juiz do Trabalho. Mas, na minha concepção, são bem graves e caracterizam, sim, coação eleitoral", afirma a advogada Stael Stüpp, que representa os empregados desligados.
Segundo ela, os funcionários teriam sofrido com o monitoramento de seus posicionamentos políticos em redes sociais e teriam sido constrangidos a votar em Jair Bolsonaro, dias antes da eleição. Além disso, no fim de semana do primeiro turno, teriam sido instruídos a usar jaquetas verdes com a bandeira do Brasil —estética associada ao presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Stael, um dos funcionários teria pagado do próprio bolso pela jaqueta, o que é proibido pela legislação trabalhista. Um recibo no valor de R$ 100, e no qual se lê "compra de uniforme", foi anexado à denúncia apresentada pelo sindicato ao MPT.
A representante do supermercado não fez comentários sobre o recibo, mas negou que os empregados tivessem arcado com os custos do uniforme. Também afirmou que na loja há funcionários com trajes da cor vermelha, identificada com Lula. "Se o verde caracteriza apoio a candidato, então o vermelho também, né?", rebateu.
A denúncia encaminhada pelo sindicato ao MPT anexou prints de mensagens que teriam sido enviadas por Sirlene em grupos privados, do qual participam funcionários do supermercado. Numa delas, é possível ler o seguinte: "O povo merece muito mais que um prato de comida oferecido pela esquerda! O povo merece riqueza, conforto, progresso, tudo isso oferecido pela direita! É uma pena".
Na sequência, ela complementa: "É uma pena que o esquerdista se contente com as migalhas que caem da mesa do Lula! Enganados por um prato de comida!".
Propaganda eleitoral irregular
Esta não é a primeira vez em que o supermercado Vencedor tem seu nome envolvido com questões políticas. Em agosto deste ano, a direção da empresa foi notificada pela Justiça Eleitoral para remover um outdoor em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Na decisão, a juíza responsável pelo caso afirmou haver "provas inequívocas de propaganda irregular". Questionada sobre esse episódio específico, Sirlene não se manifestou.
Para Bruno Mano Teixeira, procurador do MPT em Criciúma, regional responsável pelo município de Braço do Norte, "é completamente inaceitável e descabida qualquer medida voltada a forçar os trabalhadores de determinado estabelecimento a votar no candidato A, B ou C.
Segundo Teixeira, as pessoas envolvidas no caso serão ouvidas e, caso fiquem comprovadas as irregularidades, a direção do supermercado Vencedor pode assinar um Termo de Ajuste de Conduta ou responder a uma ação na Justiça.
Desde agosto, o MPT já recebeu 197 denúncias de assédio eleitoral em 23 estados e no Distrito Federal feito por empresários. A região Sul lidera o ranking com mais da metade dos casos. Segundo o órgão, os relatos vêm crescendo após o primeiro turno.
https://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/banner-pro-site-mpt-investiga-800x423-1.png423800Cintia Teixeirahttps://trabalhadores.org.br/wp-content/uploads/2023/06/logo-nova-punho-fechado-1.pngCintia Teixeira2023-06-20 08:59:062023-06-20 09:11:15MPT apura demissão por motivação política em mercado de Santa Catarina
Cientistas e entidades defendem jornada de trabalho de quatro dias na semana
Sem categoriaEstudos indicam que, além de trazer benefício à saúde mental dos trabalhadores, redução não afeta a produtividade e ajuda a combater o aquecimento global
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgou editorial, assinado pelo presidente da entidade, o professor e filósofo Renato Janine Ribeiro, em defesa da jornada de trabalho de quatro dias. A ideia é ampliar a qualidade de vida dos trabalhadores, sem prejudicar a produtividade das empresas. Outras entidades, inclusive internacionais, concordam. Caso do Fórum Econômico Mundial.
Diferentes países já testam o modelo. Entre eles, muitos da União Europeia e até mesmo o Chile, na América do Sul. “Trabalhe de forma mais inteligente, não mais dura, tem sido o mantra dos consultores de gestão há décadas. Mas e se você simplesmente trabalhasse menos? Há cada vez mais evidências de que abandonar a semana de trabalho convencional traz benefícios tanto para empregadores quanto para funcionários”, defende o Fórum Econômico Mundial.
O ex-ministro Janine apela no mesmo sentido. “Nos últimos cem anos se consolidaram as oito horas diárias, que não foram reduzidas sequer de um minuto (…) O fato é que nos países desenvolvidos, a ideia de um tempo estendido de lazer está avançando célere. E por isso é mais que hora de trazê-la para nosso meio”, afirma.
Cada vez mais estudos rechaçam o argumento, basicamente empresarial, de que a redução da jornada afetaria a produtividade. “O maior já realizado sobre o assunto (no Reino Unido), conduzido durante seis meses, e envolveu cerca de 2.900 funcionários, em 61 companhias. Segundo o que se extrai do relatório final, os principais benefícios da semana de 4 dias incluem: redução nos casos de burnout, diminuição nos níveis gerais de ansiedade e fadiga, bem como a percepção, por parte dos funcionários, de uma relação mais equilibrada entre vida pessoal e trabalho”, aponta artigo da Inova Social.
Evolução e trabalho
O pensamento social, no bem-estar do trabalhador, faz parte do ideário progressista, particularmente com a criação de sindicatos, no início do século 20. Foi a partir da atuação sindical que se passou a combater mazelas como o trabalho infantil e jornadas que chegavam a 70 horas.
Assim, enquanto o setor empresarial se vale de mudanças provocadas pela tecnologia para cortar empregos, os trabalhadores seguem em jornadas exaustivas. Além de reféns de doenças mentais cada vez mais frequentes, sem tempo ou disposição para atividades da vida social.
Aumento de produtividade
Então, diante desse quadro, pensadores começam a questionar mesmo se vale a pena, inclusive economicamente às empresas, exaurir seus funcionários. “Trabalhar quatro dias por semana significa que as pessoas realizam mais em menos tempo. Em 2019, a Microsoft Japan introduziu uma semana de trabalho de quatro dias e relatou um aumento de 40% na produtividade”, afirma o Fórum.
“Houve resultados semelhantes nos testes globais de 2022, com os funcionários se comprometendo a realizar 100% do trabalho normal em 80% do tempo. Quando questionados sobre a melhoria da produtividade durante o teste em uma escala de 1 a 10, onde 1 era negativo e 10 era muito positivo, os empregadores deram uma pontuação de 7,7, (…) As medidas de estresse, exaustão, fadiga e conflito entre trabalho e família de cada funcionário diminuíram.”
Efeito sobre o clima
Já sobre a questão climática, a entidade pondera os benefícios. Aliado a políticas de trabalho remoto, estas medidas, que melhoram a vida dos trabalhadores, podem impactar positivamente no futuro da humanidade. “Com um dia a menos de trabalho, o tempo gasto em deslocamento por semana era esperado para diminuir e foi exatamente o que aconteceu, caindo de 3,5 horas para pouco menos de 2,6 horas – uma redução de 27%. Mas uma surpresa maior foi a redução geral das pessoas que se deslocam de carro, de 56,5% para 52,5% dos funcionários.”
No Brasil, a Constituinte de 1988 aprovou a diminuição da jornada de 48 para 44 horas semanais. O movimento sindical reivindicava 40 horas. Em alguns casos, a jornada foi reduzida por meio de negociação coletiva.
Fonte: CUT Brasil, 19 de junho de 2023
Informalidade e emprego sem carteira batem recorde, segundo o IBGE
Sem categoriaPaís tem 9,9 milhões de pessoas desempregadas e um exército sem direitos: 39,3 milhões estão na informalidade, 13,1 milhões empregadas, mas sem carteira assinada, e 25,9 milhões trabalhando por conta própria
Com aumento da informalidade e de emprego sem carteira assinada, ou seja, sem direitos, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre móvel de maio a julho de 2022 e atinge 9,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, segundo dados da da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desemprego é a menor da série histórica desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%. A população ocupada chegando a 98,7 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica da pesquisa, em 2012.
O crescimento do emprego, porém, revela um exército de trabalhadores com ocupação precária, sem direitos trabalhistas garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como férias, descanso semanal remunerado, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
São considerados informais os trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.
. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores informais bateu outro recorde e ficou em 39,3 milhões (39,8% da população ocupada). No trimestre maio a julho, mais 559 mil trabalhadores foram obrigados e recorrer a informalidade para ter alguma renda.
. O número de empregados sem carteira assinada também bateu recorde. São 13,1 milhões de trabalhadores, o maior contingente desde o início da série histórica, em 2012. No trimestre, mais 601 mil trabalhadores foram contratados sem direitos.
. 25,9 milhões estavam trabalhando por conta própria no trimestre, 326 mil pessoas a mais em relação ao trimestre anterior.
. a população desalentada, pessoas que desistiram de procurar trabalho depois de muito tentar e não conseguir caiu para 4,2 milhões.
. o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada subiu para 35,8 milhões.
. O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de 57%, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril.
. O contingente de pessoas ocupadas foi de 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012, lembrando que o IBGE considera ocupação até um bico que a pessoa está fazendo no dia em que é entrevistada.
Fonte: CUT Brasil, 31 de agosto de 2022
A importância do seu voto!
Sem categoria(por Rodrigo Machado Pickler, diretor do Sindicato dos Comerciários)
O voto é um dos principais instrumentos utilizados para eleições de representantes políticos ou para tomar decisões políticas quanto ao rumo do país.
No Brasil, são eleitos através do voto diversos representantes políticos da população, como vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, além de governadores e presidentes da República.
Em 1945, com a democratização em curso, só 13% da população brasileira (ou seja, 6 milhões de pessoas) tinham direito ao voto. Com a inclusão das mulheres, esse número não parou de crescer. Em 1964, os trabalhadores eram maioria, por isto o golpe. Já em 2014, cerca de 140 milhões de pessoas, ou 71% dos brasileiros, já estavam aptos a votar.
Os trabalhadores, desde a Proclamação da República, em 1889, foram excluídos de discussões e decisões sobre temas políticos, e podemos responsabilizar esse afastamento compulsório pela instabilidade de se processar a tardia entrada dos trabalhadores na vida política. E isto não poderá, jamais, ocorrer novamente.
Hoje os trabalhadores, assim como a sociedade em geral, têm acesso irrestrito a jornais, revistas, rádios, TVs, internet e outras formas de comunicação e informação. Estamos mais esclarecidos, mais politizados, mais atuantes na vida política do país, porém, ainda temos uma longa jornada e importante decisão para nosso futuro, eleger candidatos que realmente representem os interesses dos trabalhadores, para não deixar acontecer o que aconteceu com a Reforma Trabalhista, entre outras, que beneficiam somente os empresários. Trabalhador deve votar em representantes alinhados a seus interesses.
Já parou pra pensar? Se nós trabalhadores tivéssemos a maioria no Congresso Nacional a tal Reforma Trabalhista, assim como outros interesses dos empresários, como o Decreto assinado pelo ex-presidente Temer, que tornou atividade essencial os supermercados, além de outras diversas leis que vem sendo aprovadas pelo atual governo jamais aconteceriam.
O trabalhador no mínimo deve saber qual a real intenção de seu candidato, quais são os projetos que ele tem para com os trabalhadores e a parcela menos favorecida da sociedade. Se ele já foi ou é político, como foram seus votos em relação às várias matérias a respeito dos trabalhadores, como por exemplo Reforma Trabalhista, e qual sua posição quanto à Reforma da Previdência.
O Brasil é único, porém, com grandes e diferentes formas de políticas sociais, com grande concentração de renda para poucos e com muitos lutando diariamente para conquistar o pão de cada dia, empresários com seus carrões de luxo e o trabalhador se matando para conseguir comprar sua Biz parcelada em infinitas prestações.
Temos o Brasil de luta, dos trabalhadores, que procura se organizar em sindicatos e outras associações e que vai às ruas protestar; há o Brasil das redes sociais; o Brasil dos incrédulos e o Brasil dos oportunistas...
O voto é a nossa forma de dizermos sim ou não àquilo que nos é apresentado. De concordar ou não com isto ou aquilo. O voto, por si só, não vai mudar o Brasil, mas com certeza ele nos dará voz para dialogar, contestar e propor soluções para aquilo que almejamos para o Brasil como um todo!
Ação do Giassi: confira a lista dos trabalhadores beneficiados
Sem categoriaAtenção, trabalhador, confira se seu nome está na listagem abaixo, referente aos beneficiados pela Ação Coletiva do Giassi (ATOrd 0002353-83.2013.5.12.0006).
MPT apura demissão por motivação política em mercado de Santa Catarina
Sem categoriaA demissão de seis funcionários do supermercado Vencedor, em Braço do Norte (SC), logo após o primeiro turno das eleições, levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a notificar a direção da empresa para que ela apresente esclarecimentos e adote recomendações contra uma possível prática de assédio eleitoral.
A medida do MPT foi motivada por uma denúncia encaminhada pelo Sindicato dos Comerciários de Tubarão e Região.
De acordo com o sindicato, o desligamento teria como um dos motivos a orientação política dos funcionários, apoiadores do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Um áudio gravado por uma empregada dispensada, no momento em que ela recebia o comunicado da demissão, subsidiou a denúncia encaminhada ao órgão federal.
"Com o resultado que teve no primeiro turno das eleições, a gente não tem ideia do que vai acontecer com a nossa empresa daqui para frente. Então, a gente já está começando a fazer o corte de pessoal", diz uma encarregada do supermercado identificada como Ana Paula. Em seguida, ela afirma: "Se o Lula ganhar o segundo turno, a gente já tem que cortar bem mais pessoal".
Procurada por WhatsApp, a dona do supermercado, Sirlene Jocken, afirmou que não sabia da existência do áudio e que não havia recebido a notificação do MPT. Também disse que "nenhum desligamento foi feito por conta de opinião política e nem será feito". As demissões teriam sido decorrentes de "rotatividade normal". Segundo Sirlene, após o resultado do primeiro turno, a divulgação de vagas de emprego foi de fato interrompida. "Não estamos contratando mais ninguém, diante das incertezas decorrentes da atual instabilidade política que podem projetar uma sensível alteração nas diretrizes econômicas de nosso país e consequentemente de nossa empresa", acrescentou.
"Coação eleitoral"
"Os fatos que eles me narraram, obviamente, terão que ser julgados por um juiz do Trabalho. Mas, na minha concepção, são bem graves e caracterizam, sim, coação eleitoral", afirma a advogada Stael Stüpp, que representa os empregados desligados.
Segundo ela, os funcionários teriam sofrido com o monitoramento de seus posicionamentos políticos em redes sociais e teriam sido constrangidos a votar em Jair Bolsonaro, dias antes da eleição. Além disso, no fim de semana do primeiro turno, teriam sido instruídos a usar jaquetas verdes com a bandeira do Brasil —estética associada ao presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Stael, um dos funcionários teria pagado do próprio bolso pela jaqueta, o que é proibido pela legislação trabalhista. Um recibo no valor de R$ 100, e no qual se lê "compra de uniforme", foi anexado à denúncia apresentada pelo sindicato ao MPT.
A representante do supermercado não fez comentários sobre o recibo, mas negou que os empregados tivessem arcado com os custos do uniforme. Também afirmou que na loja há funcionários com trajes da cor vermelha, identificada com Lula. "Se o verde caracteriza apoio a candidato, então o vermelho também, né?", rebateu.
A denúncia encaminhada pelo sindicato ao MPT anexou prints de mensagens que teriam sido enviadas por Sirlene em grupos privados, do qual participam funcionários do supermercado. Numa delas, é possível ler o seguinte: "O povo merece muito mais que um prato de comida oferecido pela esquerda! O povo merece riqueza, conforto, progresso, tudo isso oferecido pela direita! É uma pena".
Na sequência, ela complementa: "É uma pena que o esquerdista se contente com as migalhas que caem da mesa do Lula! Enganados por um prato de comida!".
Propaganda eleitoral irregular
Esta não é a primeira vez em que o supermercado Vencedor tem seu nome envolvido com questões políticas. Em agosto deste ano, a direção da empresa foi notificada pela Justiça Eleitoral para remover um outdoor em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Na decisão, a juíza responsável pelo caso afirmou haver "provas inequívocas de propaganda irregular". Questionada sobre esse episódio específico, Sirlene não se manifestou.
Para Bruno Mano Teixeira, procurador do MPT em Criciúma, regional responsável pelo município de Braço do Norte, "é completamente inaceitável e descabida qualquer medida voltada a forçar os trabalhadores de determinado estabelecimento a votar no candidato A, B ou C.
Segundo Teixeira, as pessoas envolvidas no caso serão ouvidas e, caso fiquem comprovadas as irregularidades, a direção do supermercado Vencedor pode assinar um Termo de Ajuste de Conduta ou responder a uma ação na Justiça.
Desde agosto, o MPT já recebeu 197 denúncias de assédio eleitoral em 23 estados e no Distrito Federal feito por empresários. A região Sul lidera o ranking com mais da metade dos casos. Segundo o órgão, os relatos vêm crescendo após o primeiro turno.
Fonte: UOL Economia, 13 de outubro de 2022